quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A gravidez e os cuidados com os dentes



Existe uma crença de que mulheres grávidas apresentam um aumento nos problemas bucais em relação às não grávidas, como o aumento do número de cáries ou perda de dentes relacionadas à gestação .


A razão para a perda dentária e, no mínimo, para o aumento da atividade cariogênica durante a gravidez é a mesma que durante qualquer outra fase da vida, ou seja, a negligência com a higiene oral.

Isto acontece principalmente no pós-parto devido aos intensos afazeres relacionados ao nascimento da criança.
Porém, por ocorrer durante o período da gravidez modificações físicas e fisiológicas em todo o organismo e também na boca, há a possibilidade de ocorrer algumas alterações orais.

Entre elas está a gengivite gravídica que é uma resposta inflamatória exacerbada em relação a fatores irritantes que causam a gengivite comum.
A sua prevenção é simples bastando realizar meticulosa higiene oral ( escovação + fita dental ) e  acompanhamento de um profissional quando esta surgir.
Poderá ocorrer também o aumento da mobilidade dentária, do fluído gengival e da profundidade de bolsas periodontais por alterações no equilíbrio hormonal, porém estas alterações reduzem-se normalmente após o parto.
Outras mudanças são o aparecimento de pigmentações nos lábios ( manchas ) e aumento da salivação.
                                                            

           


Tratamento odontológico durante a gravidez

O tratamento odontológico de rotina deve ser evitado durante a gravidez e por isso o tratamento e controles preventivos são recomendados previamente à gestação.
Porém , em situações de urgência odontológica , como nos casos de pulpite, abcesso, entre outros, deve-se realizar o tratatamente, independente do período gestacional, mesmo sabendo que o período de escolha para qualquer procedimento é o segundo trimestre gestacional.


Se forem necessárias tomadas radiográficas, tomando-se os cuidados de proteção radiológica da paciente, como o uso de avental de chumbo, o risco para o feto é praticamente nulo.
O uso de medicação será cuidadosamente avaliada pelo cirurgião dentista e a auto-medicação nunca deverá ser realizada.
Isto também é importante durante o período de lactação, pois o bebê também recebe os medicamentos administrados à mãe, já que a maioria das drogas é excretada pelo leite materno, com o agravante de ser um individuo com os rins e fígado ainda imaturos, dificultando sua capacidade de eliminação das drogas, podendo acarretar num acúmulo destas em seu organismo.

 


                   

Flúor durante a gravidez

 
A ingestão de flúor durante a fase de calcificação dos dentes constitui um método de prevenção de cárie dentária de eficácia  demonstrada, sendo a água o melhor veículo de administração.
O flúor atravessa a barreira placentária e se fixa nos ossos e dentes  do feto, apesar de esta prevenção não se estender aos futuros dentes permanentes, assim ao nascer a criança deverá continuar a receber flúor.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Erosão X Sensibilidade Dentinária - Como combatê-la

Uma das consequências da erosão dentária, a hipersensibilidade é uma queixa constante dos pacientes.
De acordo com pesquisa realizada, 28 % apresentam hipersensibilidade, situação que ocorre quando a dentina fica exposta.

A dor causada pelo problema pode variar de um ligeiro desconforto até uma dor mais severa. Os níveis de dor variam entre a tolerância individual e a fatores físicos e emocionais.
É importante consultar um profissional porque a abordagem do dente com hipersensibilidade deverá ter como base o diagnóstico corretamente efetuado, de modo a eliminar doenças dentárias que podem apresentar sintomas coincidentes, como é o caso da cárie ou fraturas.
Para quem sofre desse mal, várias empresas lançaram produtos voltados para minimizar a sensibilidade.

Entre eles:

Oral-B Pro-Sensitive e Oral-B Pró-Saúde
O ingrediente ativo é o nitrato de potássio que é capaz de interromper os sinais entre as células nervosas no dente, ajudando a evitar a excitação do nervo e da dor, além do flúor, que controla a sensibilidade pelo bloqueio dos túbulos dentinários.

Colgate Sensitive Pró-Alívio


O produto foi desenvolvido baseado no processo natural de oclusão dos túbulos dentinários. Sua fórmula contém arginina, um aminoácido naturalmente encontrado na saliva e um composto de cálcio insolúvel na forma de carbonato de cálcio. Além de atrair o cálcio para a superfície da dentina fechando os túbulos abertos a camada rica em cálcio irá resistir aos ácidos da alimentação diária.

Creme Dental Pro-Esmalte Sensodyne e
Sensodyne Proteção Total

Controlam a sensibilidade, pois protegem contra a erosão ácida. Sua fórmula possui baixa abrasividade e ação antimicrobiana. Com o uso diário há um alívio da sensibilidade e manutenção da saúde oral.

Escova Dental

A escova ideal é aquela que produz menor desgaste dos dentes, para que isso ocorra suas cerdas devem ser extramacias para removem a placa dos dentes sem agredir a dentina e as gengivas.

Ex: Colgate 360º Sensitive Pró-Alívio
      TEPE Supreme
      Curaprox Ultrasoft CS 5460B
      Kin extramacia



sábado, 13 de outubro de 2012

Erosão Dentária: um mal da Era Moderna

Problema que afeta 60% da população mundial e 50% das crianças em idade pré-escolar, a erosão dentária está associada aos hábitos dos dias atuais como, por exemplo, o consumo indiscriminado de produtos industrializados.

A ingestão frequente de sucos ácidos e refrigerantes é um indicador de risco para a doença.Por conta da natureza multifatorial, há dificuldade no diagnóstico das lesões cervicais não cariosa. O CD tem papel fundamental no diagnóstico precoce, nas recomendações e no estabelecimento dos fatores etiológicos da erosão dentária. É preciso conscientizar o paciente de que medidas preventivas são necessárias.

A erosão dentária é o resultado físico de uma perda patológica, crônica, localizada e assintomática dos tecidos dentais duros pelo ataque químico da superefície do dente por ácido e/ou quelante , sem o envolvimento das bactérias.
A erosão dentária, origina-se de fontes extrínseca ou intrínseca com o agente químico. As fontes de origem extrínseca podem estar relacionados com a dieta, geralmente pelo consumo de frutas e sucos de frutas ácidas, bebidas gasosas e vinagre; meio ambiente - industrias químicas, piscinas cloradas e medicamentos como vitamina C, Ácido Acetil Salicilico e  bebidas isotônicas.

As fontes de origem intrínsecas estão associadas à xerostomia e pelo maior tempo de exposição da substância erosiva sobre o elemento dental e as doenças que provocam regurgitação, como hipertireoidismo, bulimia nervosa e anorexia, pelo contato constante do ácido com o meio bucal.

Durante o processo de desenvolvimento da erosão dentária, ocorrem 3 estágios de destruição do tecido duro do dente:
1. perda de substâncias orgânicas salivares que cobrem a superfície dentária;
2. perda de mineral da superfície do dente, devido à presença de um agente descalcificante;
3. destruição da superfície dentária descalcificada por uma ação bioquímica e/ou biofísica e/ou mecânica.

As lesões que podem ser visualizadas sozinhas ou associadas à erosão dentária:
1. abrasão
2. atrição
3. abfração
4. cárie dentária

A abrasão dentária é um desgaste patológico do tecido duro do dente causado por processos mecânicos anormais e a superfície apresenta aspecto polido.

A atrição caracteriza-se por um desgaste patológico do tecido duro, resultante do contato entre os dentes. Está relacionada coma idade, apresentando clinicamente uma superfície com aparência extremamente polida e lisa.


A abfração é um defeito de contorno na junção cemento-esmalte que pode ser observada em um único dente. É resulatante de forças oclusais excêntricas que levam à flexão dentária, causando microfraturas que se propagam perpendicularmente ao longo eixo do dente, limitada à área cervical do dente.


Na cárie dentária há dissolução da hidroxiapatita formando a mancha branca. Se a produção de ácidos pela microbiota bucal continuar, ocorre o colapso, gerando uma cavidade no esmalte associada à mancha branca nas bordas.


A erosão dentária destaca-se inicialmente pela diminuição do brilho do esmalte, por uma lesão arredondada e pela ausência de mancha branca. Apresenta-se com uma superfície polida e lisa e com ausência de biofilme dentário, resultando em uma lesão côncava, delimitada, com exposição de dentina e com esmalte saliente ao redor da lesão.

O CD tem papel relevante da erosão dentária. Suas orientações são fundamentais para que diminuam os impactos negativos nos dentes.
A erosão dentária pode afetar ainda a mastigação, a fala e a oclusão, além de gerar hipersensibilidade, exposição pulpar, diastemas, bordas incisais finas ou fraturadas, perda de dimensão vertical,  proeminências das restaurações de amálgama, pseudo-mordida aberta e comprometimento estético.

O tratamento varia desde procedimentos não invasivos como a aplicação de fluoretos, até o tratamento endodôntico e reabilitador nos casos mais graves.





 





Algumas medidas preventivas para controlar a erosão dentária:
1. diminuir o consumo de bebidas ácidas por longos períodos
2. aplicação de agentes remineralizantes
3. estimulação do fluxo salivar
4. utilização de canudos para evitar contato do
líquido com os dentes
5. consumo diário de queijo, após desafio erosivo
6. diminuição de forças abrasivas
7. orientação quanto à escovação não imediata à ingestão do alimento
8. utilização de pouca quantidade de dentifrício
9. ingestão de água em seguida a ingestão de alimentos/bebidas ácidas
10. documentação dos níveis de desgastes
11. realização de exames de rotina para rever hábitos de dieta e métodos de higiene.



sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Cuidados Odontológicos no paciente Oncológico


O acompanhamento odontológico é extremamente importante durante as terapias oncológicas, pois a boca é um dos principais órgãos afetados.

A quimioterapia e/ou radioterapia é indispensável para o tratamento de alguns tipos de doenças porque inibem as células neoplásicas ou acabam por destrui-las completamente. Mas essas terapias não diferenciam as células saudáveis, portanto são frequentemente acompanhadas de efeitos colaterais.

A quimioterapia afeta as células que se dividem rapidamente, como as que fazem parte da cavidade bucal e do trato digestivo. Isso pode resultar em inflamação e ulceração da boca e todo o trato digestivo, causando desconforto e dor. A radioterapia pode causar dor e secura na boca. Em muitos casos, após o tratamento ocorre a redução dos níveis de glóbulos brancos (células de defesa), criando uma maior susceptibilidade a infeções orais como a candidíase ou herpes.




Entre as complicações bucais mais comuns estão as mucosites. São lesões (feridas) muito doloridas que interferem na alimentação e podem causar a desnutrição do paciente. Estas complicações orais causam a debilitação do paciente e podem provocar alteração no tratamento e até mesmo a interrupção. Podem ocorrer também
: xerostomia (boca seca), infecções fúngicas, virais e bacterianas, alteração de paladar, alterações funcionais: como a fala, deglutição e abertura na boca (trismo), e susceptibilidade a cárie rampante.

Principais cuidados bucais...

Os principais cuidados bucais são o estabelecimento de uma boa higiene bucal, manter sempre a boca úmida e confortável. Estes cuidados orais são importantes para reduzir ou até mesmo prevenir a frequência e a severidade das complicações orais como a mucosite




1. Antes da terapia oncológica

O acompanhamento do Cirurgião Dentista previamente ao tratamento oncológico, pode excluir e corrigir possíveis focos infecciosos como a cárie, próteses mal ajustadas e outras patologias bucais.

É recomendado utilizar uma ou duas semanas antes do tratamento oncológico um enxágue antisséptico sem álcool. Sendo que o álcool é extremamente prejudicial ao paciente, podendo agravar ainda mais os problemas bucais.
Para potencializar o efeito associar pasta dentifrícia, que não contenha lauril sulfato de sódio (LSS), para não ressecar nem descamar a mucosa oral.
O flúor também deve estar presente fortalecendo e remineralizando o esmalte dentário, necessário principalmente nos casos de vômitos durante tratamentos oncológicos.
Ex: Gengikin B5, Antisséptico Bucal Biotène, Enxaguatório Bucal Oral B

















2. Durante o tratamento oncológico

Os cuidados com a higiene oral devem continuar durante o tratamento oncológico, pois podem ocorrer úlceras ou lesões na mucosa bucal, sendo necessário um antisséptico de alta concentração, de uso tópico e bioadesivo, concentrando toda sua eficácia no local adequado.
Ex: PerioKin Gel
A redução dos mecanismo de proteção podem ocasionar também a
xerostomia (boca seca). O uso de um hidratante oral combate a secura da boca, reestabelecendo o equilíbrio salivar e proporcionando uma sensação imediata de umidade e conforto.
Ex: Kin Hidrat Spray, Gel Umidificante Oral Balance Biotène


 











3. Após o tratamento oncológico

Para a manutenção diária das gengivas é indicado o uso de pasta dental  que promova a revitalização e fortalecimento da gengiva debilitada.
Ex: Gingikin B5 , Oral B Pro-Saúde ( cuidado com as gengivas )


 












Cuidados bucais diários durante o tratamento

É importante seguir as recomendações dos profissionais para a prevenção dos principais problemas bucais decorrentes do tratamento quimioterápico ou radioterápico.
Limpeza mecânica: escovar os dentes com uma escova de cerdas macias depois das refeições, usando um creme dental sem lauril sulfato de sódio e com ação de fortalecimento da gengiva. Limpar a língua e usar o fio dental com cuidado para evitar traumas.
Bochechos: usar enxágue bucal com um antisséptico de amplo espectro e com ação revitalizadora do tecido gengival. É essencial que não contenha álcool.
Prótese removível: certifique-se que estejam limpas e ajustadas à cavidade oral. Escove a prótese, pelo menos duas vezes ao dia, e utilize produtos específicos para limpeza. Deve-se retirar a prótese para dormir e evitar usar se o paciente apresentar mucosite.
Proteção dos lábios: manter os lábios bem hidratados para evitar rachaduras e mais fontes de infecções.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Tabagismo X Doença Periodontal X Tratamento com Implantes


Como um número crescente de pacientes recebe implantes para substituir dentes perdidos devido à periodontite, surge um questionamento sobre se um histórico de periodontite afeta os resultados do implante e se o efeito do tabagismo deve ser considerado em relação à perda do implante.

Estudos foram efetuados para avaliar a associação do cigarro e a história de periodontite tratada nos pacientes reabilitados com implantes para verificar a sobrevida e sucesso do implante, a ocorrência de peri-implantite e a perda óssea marginal.

Os estudos mostraram maior risco de peri-implantite em pacientes com história de periodontite tratada comparado com aqueles sem um histórico de periodontite .

O fumo foi encontrado como um fator de risco significante para resultados adversos de implante. Enquanto a maioria dos estudos relatou taxa de sobrevida dos implantes variando de 80% a 96% em fumantes, a maioria dos estudos encontrou taxas de sobrevida significativamente menores do que em não fumantes.

Existe um risco aumentado de peri-implantite em fumantes comparado com não fumantes e a combinação de um histórico de periodontite tratada e fumo aumenta o risco de fracasso do implante e perda óssea peri-implantar.A relação entre o fumo e a periodontite já é um assunto bem estabelecido. Os fumantes têm maior risco de progressão de periodontite. Como pacientes com história de periodontite podem também ser fumantes, análises multivariadas são requeridas para avaliar apropriadamente esses fatores de risco com implante.

Fonte: Heitz-Mayfield LJA, Huynh-Ba G. History of treated periodontitis and smoking as risks for implant therapy. Int J Oral Maxillofac Implants 2009;24(Suppl):39-68.