sábado, 13 de outubro de 2012

Erosão Dentária: um mal da Era Moderna

Problema que afeta 60% da população mundial e 50% das crianças em idade pré-escolar, a erosão dentária está associada aos hábitos dos dias atuais como, por exemplo, o consumo indiscriminado de produtos industrializados.

A ingestão frequente de sucos ácidos e refrigerantes é um indicador de risco para a doença.Por conta da natureza multifatorial, há dificuldade no diagnóstico das lesões cervicais não cariosa. O CD tem papel fundamental no diagnóstico precoce, nas recomendações e no estabelecimento dos fatores etiológicos da erosão dentária. É preciso conscientizar o paciente de que medidas preventivas são necessárias.

A erosão dentária é o resultado físico de uma perda patológica, crônica, localizada e assintomática dos tecidos dentais duros pelo ataque químico da superefície do dente por ácido e/ou quelante , sem o envolvimento das bactérias.
A erosão dentária, origina-se de fontes extrínseca ou intrínseca com o agente químico. As fontes de origem extrínseca podem estar relacionados com a dieta, geralmente pelo consumo de frutas e sucos de frutas ácidas, bebidas gasosas e vinagre; meio ambiente - industrias químicas, piscinas cloradas e medicamentos como vitamina C, Ácido Acetil Salicilico e  bebidas isotônicas.

As fontes de origem intrínsecas estão associadas à xerostomia e pelo maior tempo de exposição da substância erosiva sobre o elemento dental e as doenças que provocam regurgitação, como hipertireoidismo, bulimia nervosa e anorexia, pelo contato constante do ácido com o meio bucal.

Durante o processo de desenvolvimento da erosão dentária, ocorrem 3 estágios de destruição do tecido duro do dente:
1. perda de substâncias orgânicas salivares que cobrem a superfície dentária;
2. perda de mineral da superfície do dente, devido à presença de um agente descalcificante;
3. destruição da superfície dentária descalcificada por uma ação bioquímica e/ou biofísica e/ou mecânica.

As lesões que podem ser visualizadas sozinhas ou associadas à erosão dentária:
1. abrasão
2. atrição
3. abfração
4. cárie dentária

A abrasão dentária é um desgaste patológico do tecido duro do dente causado por processos mecânicos anormais e a superfície apresenta aspecto polido.

A atrição caracteriza-se por um desgaste patológico do tecido duro, resultante do contato entre os dentes. Está relacionada coma idade, apresentando clinicamente uma superfície com aparência extremamente polida e lisa.


A abfração é um defeito de contorno na junção cemento-esmalte que pode ser observada em um único dente. É resulatante de forças oclusais excêntricas que levam à flexão dentária, causando microfraturas que se propagam perpendicularmente ao longo eixo do dente, limitada à área cervical do dente.


Na cárie dentária há dissolução da hidroxiapatita formando a mancha branca. Se a produção de ácidos pela microbiota bucal continuar, ocorre o colapso, gerando uma cavidade no esmalte associada à mancha branca nas bordas.


A erosão dentária destaca-se inicialmente pela diminuição do brilho do esmalte, por uma lesão arredondada e pela ausência de mancha branca. Apresenta-se com uma superfície polida e lisa e com ausência de biofilme dentário, resultando em uma lesão côncava, delimitada, com exposição de dentina e com esmalte saliente ao redor da lesão.

O CD tem papel relevante da erosão dentária. Suas orientações são fundamentais para que diminuam os impactos negativos nos dentes.
A erosão dentária pode afetar ainda a mastigação, a fala e a oclusão, além de gerar hipersensibilidade, exposição pulpar, diastemas, bordas incisais finas ou fraturadas, perda de dimensão vertical,  proeminências das restaurações de amálgama, pseudo-mordida aberta e comprometimento estético.

O tratamento varia desde procedimentos não invasivos como a aplicação de fluoretos, até o tratamento endodôntico e reabilitador nos casos mais graves.





 





Algumas medidas preventivas para controlar a erosão dentária:
1. diminuir o consumo de bebidas ácidas por longos períodos
2. aplicação de agentes remineralizantes
3. estimulação do fluxo salivar
4. utilização de canudos para evitar contato do
líquido com os dentes
5. consumo diário de queijo, após desafio erosivo
6. diminuição de forças abrasivas
7. orientação quanto à escovação não imediata à ingestão do alimento
8. utilização de pouca quantidade de dentifrício
9. ingestão de água em seguida a ingestão de alimentos/bebidas ácidas
10. documentação dos níveis de desgastes
11. realização de exames de rotina para rever hábitos de dieta e métodos de higiene.



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