quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Mau Halito.



O mau hálito, ou halitose, normalmente é motivo de gozação. Mas, ao contrário do que muitos imaginam, ele pode sinalizar doenças importantes. E, pior, a maioria dos portadores de halitose não percebe o problema. “O nariz acostuma-se com o odor e deixa de percebê-lo. Por isso não adianta improvisar nenhum tipo de teste em si mesmo”, diz Marcos Moura, presidente da Associação Brasileira de Halitose (ABHA). A entidade criou até um serviço que avisa, por email ou carta, quem possivelmente está com o problema, o SOS Mau Hálito. Basta uma pessoa próxima entrar no site e fazer o pedido. Há cinco anos no ar, o serviço recebe cerca de 130 pedidos por mês de pessoas com vergonha de mandar o recado pessoalmente. “O mau hálito ainda provoca muito constrangimento social. Até mesmo quem tem intimidade com o paciente, como namorada, cônjuge, irmãos e filhos, muitas vezes evita falar abertamente sobre o assunto”, afirma Celi Vieira, cirurgiã-dentista.
A maioria das pessoas acha que o mau hálito tem origem no estômago, mas apenas 1% dos casos é ligado a ele. “Apesar de ser atribuída a vários fatores – desde estresse até doenças do aparelho digestivo –, cerca de 90% dos casos de halitose têm origem na boca”, diz a dentista. Os outros 10% podem estar ligados a distúrbios digestivos, metabólicos, hormonais, hepáticos, renais e nas vias aéreas superiores, além da falta de vitaminas. A origem também pode ser uma doença que gere compostos leves facilmente eliminados pela expiração (como insuficiência renal), alterações sistêmicas que promovam desvios no padrão salivar (como a Síndrome de Sjogreen), ou medicações que diminuem a quantidade de saliva, o que pode aumentar a concentração de substâncias à base de enxofre na boca. E infelizmente a higiene bucal não impede o mau hálito nesses casos. O dentista especializado em halitose é a pessoa mais indicada para prescrever o tratamento quando a origem está na cavidade bucal. Mas outro profissional de saúde pode ser mais apropriado para tratar as outras causas.
De acordo com uma pesquisa feita pela ABHA, cerca de 30% da população brasileira têm halitose crônica ou ocasional – próximo de 60 milhões de pessoas. “Nem sempre quando uma pessoa acha que está com mau hálito ela realmente está sofrendo de halitose”, afirma Celi. Essa condição pode ser passageira, como ficar muito tempo sem comer ou beber água, ou ter comido alimentos que acentuam o hálito ruim, como alho, cebola, pimenta ou peixe cru.
Quando passageiro, o problema acaba com a higienização oral. O portador de halitose já se acostumou ao odor e precisará que alguém que o cerca o conte. “Daí a importância da sinceridade dos mais próximos para corrigir o problema”, diz Celi. Segundo ela, minimizar a queixa de uma pessoa que sente o próprio hálito alterado só piora. “Mesmo que só ela sinta, isso já é o suficiente para afetar sua qualidade de vida. Geralmente, essas pessoas sofrem muito.

Como evitar o problema

• Além de escovar os dentes depois das refeições, use fio dental para remover o alimento que possa ter ficado entre os dentes. Isso evita a proliferação das bactérias.
• Higienize a língua. Quando a crosta esbranquiçada que reveste a parte superior da língua (saburra) for espessa, use um limpador apropriado. Quando for fina ou invisível, limpe delicadamente com uma gaze.
•Balas e chicletes não mascaram o mau hálito. Os produtos que contêm açúcar podem acabar estimulando a produção do ácido produzido pelas bactérias– o que causa mau hálito e cáries.
• Beba muita água e evite bebidas alcoólicas e com cafeína, como café, chá preto, chá verde e mate. Álcool e cafeína, quando consumidos em grande quantidade, têm a propriedade de deixar a boca seca, criando um ambiente favorável às bactérias causadoras de cáries e mau hálito.
• Evite comer doces entre as refeições e, principalmente antes de dormir, já que a quantidade de saliva diminui durante o sono, contribuindo para piorar o hálito.
• Alimentos à base de derivados de leite, carne vermelha e de peixe favorecem a alteração do odor bucal. Eles devem ser comidos com moderação. Por outro lado, inclua mais frutas e vegetais crus à sua alimentação – como cenoura, pepino e erva-doce.
• Procure um dentista a cada seis meses para fazer a limpeza dos dentes e identificar cáries, infecções e outros problemas que podem contribuir para a halitose.

Fonte: Revista Epoca

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Tratamento Ortodôntico em Adultos






Por que tantos pacientes adultos têm procurado tratamento ortodôntico ultimamente?

Nos últimos 20 anos, o número de pacientes adultos em tratamento ortodôntico cresceu de forma exponencial. Hoje, de cada 5 pacientes em tratamento, 1 é adulto. Um estudo realizado pelo Instituto Americano de Pesquisa Craniofacial e Dentária revelou que a quantidade de indivíduos desdentados na faixa etária de 55 a 64 anos diminuiu 60% desde 1960. Com a presença dos dentes naturais na maturidade, os adultos têm se submetido ao tratamento ortodôntico para ajudá-los a manter uma boa saúde bucal e melhorar sua estética facial e do sorriso.

Quais razões justificam o tratamento ortodôntico em adultos?

A aparência facial e dentária é importante não somente pela atratividade que expressa, mas também na elaboração do próprio conceito pessoal. Um sorriso agradável e uma face harmoniosa têm impacto na convivência social e na aceitação do indivíduo pelos seus pares. Algumas más-oclusões, como grandes apinhamentos e discrepâncias no relacionamento maxilo-mandibular, podem afetar negativamente a auto-imagem dos indivíduos. Com o tratamento ortodôntico, a auto-estima pode melhorar de forma significativa. Além dos benefícios psicológicos, a correção da má-oclusão melhora a qualidade do tratamento periodontal e restaurador . Por exemplo, na presença de grandes apinhamentos dentários, a remoção da placa dental é mais difícil e a sua retenção pode causar descalcificação do esmalte, cavidades de cárie, ou mesmo tártaro, que causa doença periodontal. Com os dentes alinhados, a melhora na limpeza e na remoção da placa aumenta a probabilidade de os dentes permanecerem na cavidade bucal por mais tempo. Além disso, dentes mal posicionados freqüentemente estão submetidos a traumas de oclusão que são prejudiciais ao peridonto, podendo causar desde desgastes de esmalte até mobilidade dentária.

Existe limite de idade para iniciar o tratamento ortodôntico?

A idade não deve ser um fator limitante do tratamento ortodôntico, pois os dentes podem ser movimentados em todas as idades. Entretanto, a abordagem deve ser diferenciada e direcionada, não por motivos mecânicos, mas sim por motivos biológicos, sociais e psicológicos. E esses aspectos, tão importantes para nortear o tratamento ortodôntico, são definidos e estabelecidos no momento do diagnóstico.

Quais as opções de aparelhos ortodônticos disponíveis atualmente?



Hoje em dia, os braquetes, peças coladas aos dentes para o tratamento ortodôntico, são menores e menos notáveis. Além disso, há opções estéticas, como os braquetes de cerâmica e policarbonato, que são transparentes e, portanto, mais estéticos. Em casos específicos, as placas transparentes ou alinhadores confeccionados em laboratório podem ser uma opção, embora sejam removíveis e necessitem de trocas constantes. Na preferência pela estética absoluta, ainda temos o aparelho ortodôntico invisível, com a técnica lingual, em que os braquetes são posicionados na face lingual dos dentes, por dentro, permitindo que não sejam notados durante todo o tratamento ortodôntico. Assim, o resultado da movimentação dentária e o sorriso podem ser avaliados o tempo todo, sem interferência do aparelho.

Existe diferença entre tratar um paciente jovem e um adulto?
Biologicamente, pacientes adultos não apresentam crescimento ósseo e as respostas regenerativas não se comparam às de um jovem, devido à menor vitalidade periodontal. Sugere-se, pois, que o tratamento seja simplificado, ou seja, que se limite a tratar somente o que está potencialmente destrutivo para a oclusão e para a estética. Essa abordagem faz do tratamento ortodôntico de adultos um tratamento conservador em relação ao do adolescente, menos abrangente e mais localizado. Isso contempla também o fato de que pacientes adultos não toleram tratamentos prolongados.

O que muda no conceito do tratamento ortodôntico?

Os pacientes podem se surpreender – e ter uma agradável surpresa – ao descobrir como os aparelhos ortodônticos estão mais confortáveis hoje em dia. Um sorriso bonito e saudável é tão importante aos 60 anos como aos 16. E os ortodontistas são os especialistas da Odontologia treinados e com experiência para auxiliar os pacientes a obter o alinhamento apropriado de dentes e maxilares, independentemente da idade, proporcionando estética e saúde dental.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Cirurgia plástica periodontal



O que são as cirurgias plásticas periodontais?

São cirurgias que visam corrigir defeitos gengivais e de tecidos moles em regiões que apresentam algum tipo de comprometimento estético. Os defeitos que mais incomodam os pacientes são retrações gengivais, alterações de papilas interdentais, perdas de altura e espessura em áreas que foram submetidas a extrações e tecidos moles insatisfatórios ao redor dos implantes.

Quando são indicadas e quais os requisitos para poder submeter-se a uma cirurgia plástica?

      

A indicação principal se dá quando o defeito altera a harmonia do sorriso do paciente. Como requisito obrigatório, exige-se saúde bucal. Doenças periodontais, cáries, problemas endodônticos, entre outros, devem ser tratados antes de qualquer cirurgia estética.

Por que são necessários enxertos gengivais para recobrir raízes?

A razão principal é estética, especialmente quando o paciente mostra a raiz ao sorrir ou ao falar. O enxerto também pode ser indicado em raízes que apresentam sensibilidade às variações de temperatura.

De onde são retirados os enxertos?

As técnicas que apresentam melhores resultados estéticos são aquelas que utilizam enxertos retirados do palato, chamados de enxertos subepiteliais, pois utiliza-se apenas uma delicada camada de tecido que fica embaixo do epitélio.

Por que é necessário aumentar os rebordos que sofreram extrações?

É comum, após as exodontias (extrações dentárias), haver uma reabsorção óssea e gengival na área ocupada pela raiz, gerando um defeito na anatomia do rebordo. Quando há necessidade de recuperar os tecidos reabsorvidos, utilizam-se enxertos que ajudam a dar um caráter mais natural à prótese que irá recuperar a área desdentada.

E quanto à dor pós-operatória e ao tempo de recuperação?

As técnicas mais recentes, se beneficiam da utilização do microscópio operatório ,que além de oferecerem ótimos resultados estéticos, proporcionam um pós-operatório com pouquíssimo desconforto ao paciente. Normalmente, o paciente já pode trabalhar no dia seguinte à cirurgia, desde que evite esforços físicos e evite traumatizar a região operada.



quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Flúor

         


0 flúor faz mal à saúde?

Não. 0 flúor é benéfico, pois reduz a cárie dentária, um grande problema de saúde que afeta mais de 95 % da população. Porém, deve ser ingerido na dosagem correta, para haver a prevenção sem efeitos colaterais.

De que maneira o flúor fortalece o dente?

Ele deve estar presente na saliva e, conseqüentemente, banhando os dentes, interferindo nos microrganismos produtores da cárie e alterando os cristais do esmalte, tornando-os mais resistentes ao ataque da cárie.

Quais as formas se usar o flúor?

0 flúor pode ser ingerido através da água de abastecimento público e do sal de cozinha e pode ser adicionado ao leite (geralmente em programas alimentares em escola) sob a forma de comprimidos ou gotas. Essas formas são chamadas de "sistêmicas", porque têm um metabolismo próprio no corpo humano. 0 flúor pode ser usado localmente nos dentes dução por meio de cremes dentais (pastas de dente), bochechos, aplicações tópicas realizadas por dentistas ou auxiliares ou, ainda, por vernizes fluoretados.
             
Deve-se tomar flúor na gravidez para benefício da criança?

Não se deve tomar flúor na gravidez, pois se a mãe recebe normalmente o flúor sistêmico, através da água, por exemplo, uma pequena parte do flúor chega até o feto. Por outro lado, se a gestante não receber flúor sistêmico e começar a tomá-lo na gravidez, serão necessários cerca de 6 meses para haver embebição e saturação do flúor no corpo da mãe, para depois chegar ao filho. Se somarmos esses 6 meses com 2 meses, aproximadamente, para o diagnóstico da gravidez, o tempo útil fica reduzido.

A aplicação tópica periódica de flúor em crianças funciona? E nos adultos?

A aplicação periódica de flúor em crianças funciona, reduzindo o risco de cárie. A frequencia maior, em geral, é mais benéfica. Já a aplicação tópica em adultos reduz a incidência de cárie, embora com resultados mais modestos do que em crianças. Deve-se lembrar que a interrupção do uso do flúor pode aumentar ligeiramente o aparecimento de novas cáries.

Quando se deve fazer a primeira aplicação de flúor na criança?

A primeira aplicação de flúor deve ser feita o mais precocemente possível, isto é, após o nascimento dos dentes de leite.

0 flúor interfere na doença gengival?

Não. Somente de forma indireta, pela redução da cárie.
Nas cidades onde existe fluoretação de água, há problema em usar pasta ou bochecho com flúor?
Não há problema em usar pasta ou bochechos com flúor em cidades com fluoretação das águas, desde que não ocorra ingestão da pasta ou da solução do bochecho.

Faz mal à criança engolir pasta com flúor?

Não é recomendável. Se ocorrer a ingestão sistemática (sempre que escovar os dentes) por muitos anos, esta poderá causar a fluorose dentária. 0 volume de pasta a ser colocado na escova deve ser limitado a 0,5 cm, ou menos, em função da idade da criança. A ingestão ocasional não traz maiores problemas.

Fonte : Revista APCD

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Contaminação de escovas dentais




As escovas dentais apresentam-se contaminadas por microrganismos?

As escovas dentais, após serem utilizadas para a higiene bucal uma única vez, por 1 a 4 minutos, e armazenadas em condições usuais, podem se tornar contaminadas por diferentes tipos de bactérias, inclusive estreptococos do grupo mutans (microrganismos causadores da doença cárie), vírus, leveduras, parasitas intestinais, provenientes da cavidade bucal ou do meio ambiente. Pode haver contato entre escovas de diferentes membros da família nos recipientes sobre a pia ou nos armários de banheiro. Também, torna-se muito difícil o controle da ocorrência de contato salivar entre indivíduos em ambientes como creches, pré-escolas e outras instituições que abrigam crianças de idade precoce, podendo a escova ser trocada e/ou compartilhada inadvertidamente. Dessa forma, sua desinfecção deve ser efetuada.



Como deve ser efetuada a desinfecção das escovas dentais após sua utilização?

A melhor opção é lavar a escova após seu uso, remover o excesso de água e borrifar um anti-séptico acondicionado em frasco spray (adquirido em farmácias de manipulação) em todas as direções da cabeça das escovas, particularmente nas cerdas. Em seguida, a escova pode ser guardada no armário do banheiro. Antes da próxima escovação, a escova deve ser lavada em água corrente. Após a escovação, não secar a escova com toalha de banho ou de rosto, pois isso pode aumentar ainda mais a contaminação. O excesso de água deve ser removido por meio de batidas da escova na borda da pia do banheiro. Essa é uma forma prática e econômica de se efetuar a desinfecção das escovas, uma vez que o mesmo frasco para guardá-las pode ser utilizado por todos os membros da família.

Quais substâncias devem ser empregadas para a desinfecção das escovas?

O gluconato de clorexidina a 0,12% e o cloreto de cetilpiridínio a 0,05% são eficazes na eliminação dos estreptococos do grupo mutans das cerdas das escovas dentais.

Como deve ser acondicionada a escova dental?


Não há que se reprovar a iniciativa da indústria, que desenvolveu modelos de escovas dentais que vêm acompanhadas de um estojo para proteger as cerdas, pois ele é útil quando guardamos as escovas na bolsa, por exemplo, evitando o seu contato com dinheiro, carteira etc. Porém, no dia-a-dia, a escova deve ser conservada em local seco, após a desinfecção com anti-séptico. Alguns estudos comprovaram que escovas dentais que permanecem fora do armário no toalete podem ser infectadas por coliformes fecais. Isso ocorre porque microrganismos como os coliformes fecais, presentes no aerossol que se forma após a descarga, podem depositar-se nas cerdas da escova sobre a pia do banheiro e proliferar.
Dessa forma, após a desinfecção, as escovas devem ser guardadas no armário do banheiro.

O tipo de dentifrício empregado durante a escovação influencia a contaminação das escovas dentais por microrganismos?


A contaminação microbiana das cerdas das escovas dentais sofre a influência de inúmeros fatores, destacando-se o tipo de dentifrício, que pode conter agentes antimicrobianos como o flúor ou o triclosan, os quais ocasionam uma redução dessa contaminação. O uso de dentifrício contendo triclosan reduz em até 60% a contaminação bacteriana por estreptococos do grupo mutans, enquanto o dentifrício fluoretado reduz a contaminação em, aproximadamente, 23%.

Qual o período de vida útil de uma escova?

As escovas dentais devem ser trocadas freqüentemente: indivíduos sadios devem trocar suas escovas a cada 3 a 4 meses; indivíduos com gripe ou outras doenças infecciosas devem trocá-las no início e após a cura; indivíduos que sofreram quimioterapia ou que são imunodeprimidos devem trocá-las a cada 2 dias; e indivíduos que sofreram grandes cirurgias devem trocá-las diariamente. No entanto, essa alta freqüência de troca de escovas é inviável, sendo satisfatório um tempo de 3 a 4 meses, desde que as escovas sejam submetidas à desinfecção diariamente.

Qual o protocolo indicado para a higienização das escovas dentais?

Para o controle diário da contaminação das escovas dentais, é importante que, previamente à escovação, seja efetuada a lavagem das mãos. Após a realização da escovação, a escova deve ser adequadamente lavada em água corrente e deve ser realizada a remoção do excesso de umidade. Em seguida, deve-se borrifar sobre a cabeça da escova, particularmente sobre as cerdas, um antimicrobiano sob a forma de spray, sendo a escova mantida, então, em local fechado. Previamente à próxima utilização, a escova deve ser adequadamente lavada em água corrente. O impacto dessas medidas sobre a saúde bucal é ainda desconhecido.

Fonte: Revista APCD