terça-feira, 2 de agosto de 2011

Hepatite C – A epidemia do Terceiro Milênio

Dos 80 % tornam-se portadores crônicos e cerca de 15 % desenvolvem ao longo da vida cirrose hepática e/ou câncer. Alguns fatores podem contribuir  para  uma evolução mais grave e mais rápida da doença, como a ingestão de bebidas alcóolicas e co-infecção com HIV, HVB e HVA. Por esse motivo, portadores crônicos de Hepatite C, devem receber vacinas contra as outras hepatites.
O vírus foi isolado em 1989, dez anos depois do vírus da AIDS. Antes da descoberta do vírus, era chamada de Hepatite não A não B. Somente em 1993 foi disponibilizado o teste específico para a doença e foram iniciados os testes em doadores de sangue. Como a doença tem evolução muito lenta, ainda hoje vemos as consequências das transfusões realizadas antes dos testes, que resultaram em infecções por Hepatite B.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, 3% da população mundial, cerca de 200 milhões de pessoas, se encontram infectadas.
No Brasil, não existem dados concretos do número de infectados, mas  o número estimado esta entre 3 e 4,5 milhões de infectados-  pelo menos cinco vezes mais que os portadores de HIV . Acredita-se que somente 5% dos infectados conhecem a sua condição.
O diagnóstico precoce e acompanhamento por especialista é fundamental para um bom prognóstico da doença.
O vírus (é um RNA vírus) se transmite somente pelo sangue. Não há comprovação de contaminação por fluidos corporais, como saliva, suor, lágrimas, sêmen ou leite materno (a mãe contaminada pode amamentar).  A transmissão vertical também é considerada baixa, cerca de 5%, com risco aumentado quando a mãe é co-infectada pelo HIV. A contaminação sexual é possível, porém muito rara -menor que 3% em casais monogâmicos, sem fatores de risco para DST. Os novos casos são geralmente associados ao uso de drogas injetáveis ou aspiradas ( o canudo usado para aspirar a droga transmite o vírus quando compartilhado ), que representam 2/3 das novas infecções eacidentes com instrumentos perfuro-cortantes como agulhas, tesouras,bisturis, lâminas e alicates de unha, usados por barbeiros, manicures e pedicuros, quando não esterilizados corretamente, pois o vírus é resistentee pode sobreviver fora do organismo por até 72 horas.
Cerca de 10 a 30 % dos casos dessa infecção não é possível definir qual o mecanismo de transmissão envolvido.

Anti- HVC positivo. E agora?

Encare de frente. Procure um especialista. Um primeiro resultado positivo, não significa que a pessoa esta doente. O tese será repetido, e se positivo, ainda assim pessoa pode fazer parte daqueles 20% que se recuperam espontaneamente (sem tratamento). É necessário fazer novos testes, para verificar se o vírus está ativo (PCR), em caso positivo, novos testes serão realizados para identificar o tipo do vírus ( hoje são mais comuns 6 tipos – que por sua vez apresentam sub-tipos). No Brasil o tipo 1 ( 1a e 1b), são os mais comuns seguidos do tipo 3.
A determinação do genótipo antes do inicio do tratamento é fundamental uma vez  que eles respondem de forma diferente ao tratamento, assim, alguns genótipos necessitam de 48 semanas de tratamento e outros com 24 semanas é suficiente. O teste para identificar o genótipo deve ser realizado somente uma vez, antes de iniciar o tratamento. Há casos de indivíduos infectados por mais de um genótipo, o que dificulta o tratamento, pois um deles pode rensponder e o outro não.
A grande variedade de genótipos dificulta o desenvolvimento de uma vacina efetiva contra  todos eles. Um paciente curado da hepatite C apresentará imunidade para somente o genótipo original, aquele que curou, mas estará sujeito a uma nova infecção por qualquer um dos outros genótipos, motivo pelo qual os cuidados para evitar contato com a hepatite C devem ser sempre considerados.

Como prevenir a hepatite C?

Não existe vacina para a prevenção da hepatite C, mas existem outras formas de prevenção primárias e secundárias. As medidas primárias visam à redução do risco para disseminação da doença e, as secundárias, a interrupção da progressão da doença em uma pessoa já infectada.
Entre as medidas de prevenção primária destacam-se:
• triagem em bancos de sangue e centrais de doação de sêmen para garantir a
distribuição de material biológico não infectado;
• triagem de doadores de órgãos sólidos como coração, fígado, pulmão e rim;
• triagem de doadores de córnea ou pele;
cumprimento das práticas de controle de infecção em hospitais, laboratórios,
consultórios dentários, serviços de hemodiálise.
Entre as medidas de prevenção secundária podemos definir:
• tratamento dos indivíduos infectados, quando indicado;
• abstinência ou diminuição do uso de álcool, não exposição a outras substâncias hepatotóxicas. Controle do peso, do colesterol e da glicemia são medidas que visam reduzir a probabilidade de progressão da doença, já que estes fatores, quando presentes, podem ajudar a acelerar o desenvolvimento de formas graves de doença hepática.

 E você já fez um teste para HCV?

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