sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Biossegurança em Odontologia


A biossegurança é atualmente, preocupação mundial em todos os serviços de saúde .

Enquanto novas técnicas odontológicas avançam rapidamente em busca do "sorriso perfeito", boa parte dos profissionais ignora protocolos básicos de controle de infecção .
O atendimento odontológico expõe o profissional e seus pacientes a um contato com inúmeros microorganismos. Doenças como AIDS, Hepatite C, Tuberculose Multirresistente e Pneumonia Asiática, dentre outras, são atualmente o principal foco de preocupação da OMS (Organização Mundial da Saúde).
A OMS elegeu inclusive a HEPATITE C como DOENÇA DO TERCEIRO MILÊNIO (assintomática em 90% dos casos, não existe vacina, tratamento de alto custo e de fácil transmissão em atividade de risco).

O consultório dentário é, a princípio, um ambiente de promoção de saúde. Mas poucos imaginam que pode ser também um lugar de propagação de doenças. Materiais esterilizados incorretamente, equipes sem o devido equipamento de proteção e procedimentos clínicos inadequados podem contribuir para que infecções sejam transmitidas do paciente para o dentista e deste para outro paciente, ou até de um paciente para outro através de instrumental e objetos contaminados -- processo conhecido como 'infecção cruzada'.

Órgãos estaduais e municipais têm desenvolvido protocolos de biossegurança por orientação da ANVISA (Agência Nacional da Vigilância Sanitária) ,os quais devem ser seguidos por todos os profissionais da área de saúde .

Embora amplamente divulgada a importância de se seguir um protocolo rígido de biossegurança, existe ainda uma resistência da maioria dos profissionais, com os mais variados argumentos: "a máscara atrapalha a respiração", "o óculos de proteção embaça","a luva prejudica o tato nos procedimentos". É necessária uma profunda reflexão da classe odontológica acerca do assunto, não só no aspecto legítimo de promoção de saúde mas no mercadológico. Nos últimos anos a Biossegurança tem se tornado, mais do que necessidade, um diferencial na prestação de serviço ao paciente.

A Biossegurança Odontológica é sustentada por três grandes pilares:

Proteção Individual (profissionais, pacientes e descarte dos resíduos).
Desinfecção e Trocas de Barreiras (condutas no atendimento, materiais descartáveis).
Esterilização e Monitorização.

Todos os instrumentos devem ser lavados adequadamente e de preferência utilizando-se uma cuba ultrassônica com detergentes específicos que irão promover uma limpeza mais efetiva.



Dos métodos de esterilização destaca-se por sua eficiência e praticidade - a autoclave - método de esterilização por calor úmido sob pressão - utilizada em todos os serviços hospitalares. Sua utilização adequada confere segurança ao paciente, otimização do tempo, economia de instrumental  A maioria dos autoclaves realiza seus ciclos entre quinze e vinte minutos numa temperatura de 134ºC e 121ºC.



Além da esterilização por autoclave, métodos químicos são comumente utilizados para materiais termo-sensíveis. O mais utilizado atualmente é o ácido peracético, que além de ser biodegradável, esteriliza em uma hora.

É importante ressaltar que a eficiência da esterilização é comprovada somente com a monitorização completa, onde testes químicos e biológicos são realizados sistematicamente.
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Para que os consultórios se tornem mais seguros para os dentistas e para os próprios pacientes, é necessário a correta desinfecção de superfícies contaminadas e utilização de barreiras, além da eficiente esterilização dos instrumentos, após cada troca de paciente.

Um exemplo é a aplicação de películas de PVC na proteção de superfícies de difícil esterilização e alto grau de contaminação.

Uma outra medida de segurança é oferecer ao paciente um bochecho prévio ao atendimento, à base de clorexidina. Com essa medida simples ,o índice de contaminação gerado pelo aerossol , muito comum nos consultórios dentários e responsável pela proliferação de microrganismos, pode ser reduzido em até 95% durante a primeira hora de atendimento.



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