sábado, 23 de março de 2013

Pré-natal Odontológico ( parte II )


Assim como a medicina reconhece a importância da atenção à mulher durante a gestação, a odontologia também tem buscado valorizar esta fase.

Não há garantias de que todos os problemas sejam prevenidos, pois são vários os fatores que interferem no desenvolvimento de uma criança e alguns escapam de qualquer controle, como a hereditariedade que pode determinar distúrbios independentes durante a gestação. Como exemplo são as fendas labial-palatinas ou mesmo a ausência de germes dentários (agenesia) e os supranumerários.

O acompanhamento odontológico da gestante aumentam as chances do bebê ter mais saúde bucal e principalmente levar a um pronto diagnóstico de possível problema bucal com a realização de tratamento precoce reduzindo ou mesmo eliminando fatores que venham colocar em risco a saúde do futuro bebê.

Esse acompanhamento permite compartilhar informações, educar e sensibilizar os "pais grávidos" para melhor cuidarem de seus filhos. Entre outras informações, os pais podem ser orientados sobre a importância do aleitamento materno, dos hábitos e suas consequências, dos dentes decíduos, da transmissibilidade das doenças, da higiene bucal do bebê, do momento da primeira consulta e o papel dos pais na saúde da criança.

Para tanto, o correto seria a mulher iniciar o trabalho de prevenção mesmo antes de engravidar, pois um bom planejamento melhora as chances de evitar problemas no desenvolvimento do bebê.

É importante salientar que, na maioria das vezes, os riscos dos procedimentos odontológicos no período gestacional são menores que os riscos provocados por problemas bucais sem tratamento, pois as consequências da dor ou de uma infecção nos dentes e gengivas, geralmente, são muito mais prejudiciais à mãe e ao feto.

 
Uma alimentação equilibrada é essencial à saúde do bebê, pois a formação e mineralização dos dentes dependem da presença adequada de nutrientes como vitaminas, cálcio e fosfato, aumentando ainda a capacidade de produção de leite e propiciar a amamentação, assim a grávida deve ser orientada quanto à alimentação saudável e conscientizada sobre a frequência do consumo de produtos açucarados nos processos DES/RE (mineralização) e a instalação da doença cárie.

Importante salientar a importância dos fluoretos na prevenção da doença cárie, embora entendemos atualmente que os mecanismos destes são predominantemente pós-eruptivos, portanto o uso sistêmico de suplementos a base de fluoretos é considerada desnecessária e até mesmo contraindicada, podendo ocorrer redução do aproveitamento do cálcio e do flúor para a gestante e o feto. Entretanto a fluorterapia tópica é sempre considerada como medida preventiva fortalecendo a indicação de dentifrícios, enxaguatórios e as aplicações profissionais.

Higiene bucal do bebê
 


A mãe deve iniciar a higienização bucal do bebê a partir do 3º mês, mesmo antes da erupção dos primeiros dentinhos, através de escovas próprias para as gengivas, mordedores, dedeira e massageadores. Estes são excelentes para introduzir a higiene bucal de maneira prazerosa e irá fazer com que o bebê vá se acostumando a ter a boca manipulada e assim aceitará melhor a escovação no momento que os dentinhos surgirem.

 
A escovação deverá ser realizada com escovas adequadas para bebês e dentifrícios fluoretados (1.100 ppm), embora com um ALERTA! A quantidade de dentifrício deve ser do tamanho de um grão de arroz cru.

A criança aprende pelo prazer e não pela contrariedade, portanto este deve ser um momento agradável para facilitar a aceitação por parte dela.
 
Fonte: APCD Jornal - Março 2013
Fotos: Google Imagens

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