A biossegurança é atualmente, preocupação mundial em todos os serviços de saúde .
Enquanto novas técnicas odontológicas avançam rapidamente em busca do "sorriso perfeito", boa parte dos profissionais ignora protocolos básicos de controle de infecção .
O atendimento odontológico expõe o profissional e seus pacientes a um contato com inúmeros microorganismos. Doenças como AIDS, Hepatite C, Tuberculose Multirresistente e Pneumonia Asiática, dentre outras, são atualmente o principal foco de preocupação da OMS (Organização Mundial da Saúde).
A OMS elegeu inclusive a HEPATITE C como DOENÇA DO TERCEIRO MILÊNIO (assintomática em 90% dos casos, não existe vacina, tratamento de alto custo e de fácil transmissão em atividade de risco).
O consultório dentário é, a princípio, um ambiente de promoção de saúde. Mas poucos imaginam que pode ser também um lugar de propagação de doenças. Materiais esterilizados incorretamente, equipes sem o devido equipamento de proteção e procedimentos clínicos inadequados podem contribuir para que infecções sejam transmitidas do paciente para o dentista e deste para outro paciente, ou até de um paciente para outro através de instrumental e objetos contaminados -- processo conhecido como 'infecção cruzada'.
Órgãos estaduais e municipais têm desenvolvido protocolos de biossegurança por orientação da ANVISA (Agência Nacional da Vigilância Sanitária) ,os quais devem ser seguidos por todos os profissionais da área de saúde .
Embora amplamente divulgada a importância de se seguir um protocolo rígido de biossegurança, existe ainda uma resistência da maioria dos profissionais, com os mais variados argumentos: "a máscara atrapalha a respiração", "o óculos de proteção embaça","a luva prejudica o tato nos procedimentos". É necessária uma profunda reflexão da classe odontológica acerca do assunto, não só no aspecto legítimo de promoção de saúde mas no mercadológico. Nos últimos anos a Biossegurança tem se tornado, mais do que necessidade, um diferencial na prestação de serviço ao paciente.
A Biossegurança Odontológica é sustentada por três grandes pilares:
Proteção Individual (profissionais, pacientes e descarte dos resíduos).
Desinfecção e Trocas de Barreiras (condutas no atendimento, materiais descartáveis).
Esterilização e Monitorização.
Todos os instrumentos devem ser lavados adequadamente e de preferência utilizando-se uma cuba ultrassônica com detergentes específicos que irão promover uma limpeza mais efetiva. É fundamental a utilização do detergente enzimático para lavagem de instrumental.
Infelizmente a maioria dos profissionais desconhece a
importância da ação do detergente enzimático e utiliza o sabão e detergente
comum (emulsificadores de gordura).
O detergente enzimático atua na quebra do
substrato e tem ação enzimática na matéria orgânica aderida ao instrumental.
Lembrando que material com resíduo de matéria orgânica não tem garantia de
esterilização, independentemente da marca da autoclave.
Dos métodos de esterilização destaca-se por sua eficiência e praticidade - a autoclave - método de esterilização por calor úmido sob pressão - utilizada em todos os serviços hospitalares. Sua utilização adequada confere segurança ao paciente, otimização do tempo, economia de instrumental A maioria dos autoclaves realiza seus ciclos entre quinze e vinte minutos numa temperatura de 134ºC e 121ºC.
Além da esterilização por autoclave, métodos químicos são comumente utilizados para materiais termo-sensíveis. O mais utilizado atualmente é o ácido peracético, que além de ser biodegradável, esteriliza em uma hora.
É importante ressaltar que a eficiência da esterilização é comprovada somente com a monitorização completa, onde testes químicos e biológicos são realizados sistematicamente.
Para que os consultórios se tornem mais seguros para os dentistas e para os próprios pacientes, é necessário a correta desinfecção de superfícies contaminadas e utilização de barreiras, além da eficiente esterilização dos instrumentos, após cada troca de paciente.
Um exemplo é a aplicação de películas de PVC na proteção de superfícies de difícil esterilização e alto grau de contaminação.
Uma outra medida de segurança é oferecer ao paciente um bochecho prévio ao atendimento, à base de clorexidina. Com essa medida simples ,o índice de contaminação gerado pelo aerossol , muito comum nos consultórios dentários e responsável pela proliferação de microrganismos, pode ser reduzido em até 95% durante a primeira hora de atendimento.
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