quinta-feira, 28 de março de 2013

Prótese Protocolo



Em 1969, o médico ortopedista sueco Per-Ingvar Branemark, estudando as células dos ossos dos coelhos, observou a aderência total entre um cilindro de titânio e o osso vital. Depois de vários anos de estudo, ele comprovou que esse novo método realizado sob padrões determinados, poderia ter sucesso na reposição de perdas dentárias. Surgia assim a osseointegração, um novo sistema de ancoragem das próteses, que liga uma estrutura de titâneo ao osso.

A reabilitação de um paciente edentado total com a utilização de uma prótese total fixa sobre implantes na mandíbula foi a primeira modalidade de tratamento introduzida com o uso de implantes osseointegrados. Por esse motivo, essa é a que apresenta maior número de estudos longitudinais e com maior tempo de acompanhamento. O objetivo inicial a ser atingido na reabilitação protética com implantes era o de superar o desafio de manter as próteses totais inferiores mais estáveis, melhorando a qualidade de vida dos chamados inválidos orais, sendo portanto uma prótese na qual o aspecto funcional predominava.
Na época de sua criação, a confecção de uma prótese total sobre implantes seguindo o Protocolo de Branemark consistia em processo demorado, onde após a instalação dos implantes, seriam necessários seis meses até a cicatrização óssea, para só então se dar a instalação da prótese. Hoje, com a evolução da técnica protética, e com o desenvolvimento de implantes osseointegráveis mais seguros, pode-se realizar a implantação e logo em seguida iniciar-se o processo de confecção da prótese definitiva, possibilitando que a mesma esteja instalada em até 72 horas após a implantação. Essa evolução trouxe maior conforto aos pacientes. Além disso, os novos sistemas de implantes permitem que se faça uma prótese fixa total utilizando-se apenas 4 ou 5 implantes, o que ajuda a reduzir o custo do tratamento.
Diferença significativa das próteses (total convencional e parafusada sobre implantes)

Devido a crescente exigência estética da população em geral, a evolução das resinas e porcelanas odontológicas se somou a importância da reabilitação funcional, tornando possível a confecção de próteses totais invisíveis e fixas, repondo não só os dentes, mas também parte da gengiva natural que perde volume devido ao processo de reabsorção óssea que segue a perda da dentição natural. Hoje uma pessoa que sofreu a perda de todos os dentes, pode ter de volta o prazer de mastigar e falar bem, e principalmente, a satisfação de sorrir.

Fonte: Telles, Daniel. Próteses totais convencionais e sobre implantes.

sábado, 23 de março de 2013

Pré-natal Odontológico ( parte II )


Assim como a medicina reconhece a importância da atenção à mulher durante a gestação, a odontologia também tem buscado valorizar esta fase.

Não há garantias de que todos os problemas sejam prevenidos, pois são vários os fatores que interferem no desenvolvimento de uma criança e alguns escapam de qualquer controle, como a hereditariedade que pode determinar distúrbios independentes durante a gestação. Como exemplo são as fendas labial-palatinas ou mesmo a ausência de germes dentários (agenesia) e os supranumerários.

O acompanhamento odontológico da gestante aumentam as chances do bebê ter mais saúde bucal e principalmente levar a um pronto diagnóstico de possível problema bucal com a realização de tratamento precoce reduzindo ou mesmo eliminando fatores que venham colocar em risco a saúde do futuro bebê.

Esse acompanhamento permite compartilhar informações, educar e sensibilizar os "pais grávidos" para melhor cuidarem de seus filhos. Entre outras informações, os pais podem ser orientados sobre a importância do aleitamento materno, dos hábitos e suas consequências, dos dentes decíduos, da transmissibilidade das doenças, da higiene bucal do bebê, do momento da primeira consulta e o papel dos pais na saúde da criança.

Para tanto, o correto seria a mulher iniciar o trabalho de prevenção mesmo antes de engravidar, pois um bom planejamento melhora as chances de evitar problemas no desenvolvimento do bebê.

É importante salientar que, na maioria das vezes, os riscos dos procedimentos odontológicos no período gestacional são menores que os riscos provocados por problemas bucais sem tratamento, pois as consequências da dor ou de uma infecção nos dentes e gengivas, geralmente, são muito mais prejudiciais à mãe e ao feto.

 
Uma alimentação equilibrada é essencial à saúde do bebê, pois a formação e mineralização dos dentes dependem da presença adequada de nutrientes como vitaminas, cálcio e fosfato, aumentando ainda a capacidade de produção de leite e propiciar a amamentação, assim a grávida deve ser orientada quanto à alimentação saudável e conscientizada sobre a frequência do consumo de produtos açucarados nos processos DES/RE (mineralização) e a instalação da doença cárie.

Importante salientar a importância dos fluoretos na prevenção da doença cárie, embora entendemos atualmente que os mecanismos destes são predominantemente pós-eruptivos, portanto o uso sistêmico de suplementos a base de fluoretos é considerada desnecessária e até mesmo contraindicada, podendo ocorrer redução do aproveitamento do cálcio e do flúor para a gestante e o feto. Entretanto a fluorterapia tópica é sempre considerada como medida preventiva fortalecendo a indicação de dentifrícios, enxaguatórios e as aplicações profissionais.

Higiene bucal do bebê
 


A mãe deve iniciar a higienização bucal do bebê a partir do 3º mês, mesmo antes da erupção dos primeiros dentinhos, através de escovas próprias para as gengivas, mordedores, dedeira e massageadores. Estes são excelentes para introduzir a higiene bucal de maneira prazerosa e irá fazer com que o bebê vá se acostumando a ter a boca manipulada e assim aceitará melhor a escovação no momento que os dentinhos surgirem.

 
A escovação deverá ser realizada com escovas adequadas para bebês e dentifrícios fluoretados (1.100 ppm), embora com um ALERTA! A quantidade de dentifrício deve ser do tamanho de um grão de arroz cru.

A criança aprende pelo prazer e não pela contrariedade, portanto este deve ser um momento agradável para facilitar a aceitação por parte dela.
 
Fonte: APCD Jornal - Março 2013
Fotos: Google Imagens

terça-feira, 19 de março de 2013

O Studio Gorga está comemorando 80 anos!!!!!


E para comemorar nada melhor que relembrar como tudo começou...
Sua história tem início em 1933, pelas mãos do Dr. Edmundo Gorga, dentista formado pela USP, o que lhe causava muito orgulho. Contou com uma clientela amiga e fiel que o prestigiou até os últimos dias que clinicou, beirando seus 80 anos!
Nessa trajetória somavam-se a brilhante atuação do Dr. José Eduardo Gorga, que em suas participações nos Congressos Internacionais, às vezes como ministrador, outras como expectador, trazia as inovações técnicas e científicas para que pudessem sempre oferecer a melhor odontologia aos seus pacientes.
Com o tempo a clientela que se formou já não podia mais ser absorvida por eles e então era necessário aumentar o número de profissionais para atender à demanda crescente.
Grande era a responsabilidade, pois escolher profissionais com um perfil tão especial não era tarefa fácil.
Foi então que o Dr. José Eduardo Gorga começou a oferecer estágios a alunos de odontologia, com o intuito de selecionar dentistas que tivessem os mesmos valores e formá-los no mesmo padrão de atendimento que seus clientes já estavam acostumados.
Após cinco anos como estagiária e se formando em 1986, a Dra. Sissi Nora Afeltro foi convidada a fazer parte de um grupo que começaria a crescer.
Em 1990 foi a vez da Dra. Sílvia Quintão Nadalini, que após estagiar por um ano, assumiu a responsabilidade da área de prevenção com muito carinho e dedicação.
Em 1997, a Dra. Sueli Nora Afeltro vem fazer parte de nossa equipe, trazendo a Odontologia Estética ao grupo, que já contava com especialistas em Endodontia, Prótese, Periodontia, Implantes e Dentística.
Em 2010, Vanessa Veloso de Oliveira fazendo parte da equipe há 12 anos, concluiu o curso de TSB e começou a dividir com a Dra. Sissi Gorga a responsabilidade da área de controle e manutenção.
Hoje contamos também com uma ortodontista, Dra. Virgínia Guimarães de Paiva que se alinhou perfeitamente com a filosofia do Studio Gorga e presta um atendimento diferenciado aos nossos pacientes.
Não podemos esquecer a equipe técnica, formada pelas ACDs Camila Veloso de Oliveira e Vania Nunes de Lima e pela recepcionista Elaine Cristina Silva, que se mantem apta e disposta a dar apoio aos trabalhos realizados e a oferecer um ambiente acolhedor aos nossos clientes. 
E após 80 anos e a conquista de uma marca de respeito e resultados na área da saúde, hoje temos o prazer e o orgulho de comunicar que o Studio Gorga ganhou uma nova vertente, Nutrição & Bem Estar, que estará nas mãos da mais nova integrante do grupo, Dra. Marina Gorga.
Nada foi tão fácil como pode parecer, mas nada será tão difícil a ponto de ofuscar o brilho nos olhos dos que estão fazendo a história do Studio Gorga.
Seremos sempre fiéis aos princípios que nortearam a sua existência para que continuemos a oferecer um atendimento de excelência às novas gerações de clientes que continuam a nos prestigiar.

sábado, 16 de março de 2013

Pré-natal Odontológico ( parte I )


Como o acompanhamento do Cirurgião Dentista durante a gravidez pode contribuir para a construção da saúde bucal do bebê.

 

Tudo o que acontece com a mulher durante a gestação tem importância primordial no desenvolvimento da criança na vida intrauterina, portanto, a preocupação com a saúde deve começar antes do nascimento, e isso inclui os cuidados com a saúde bucal durante a gestação, beneficiando tanto a mãe quanto o bebê.
A formação dos dentes decíduos (de leite) ocorre durante a gestação, por isso, tanto a alimentação saudável, os exercícios físicos regulares e o sono de qualidade são de extrema importância nesta fase quanto outros fatores e hábitos como o consumo de cigarros, álcool, carência nutricional, exposição a poluentes, febre alta e doenças.

 

As alterações relacionadas à formação são dentes mal formados e hipocalcificação do esmalte. No entanto, muitas dessas condições podem ser prevenidas e o pré-natal odontológico representa uma oportunidade ímpar para a prevenção primária de problemas, inclusive odontológicos.
Este é um período privilegiado para educar e motivar os pais sobre a importância da saúde bucal e estabelecer medidas e procedimentos para minimizar os problemas.
Algumas doenças bucais podem comprometer não somente a saúde do bebê, mas colocar em risco a própria gestação, como é o caso da doença periodontal, que tem sido apontada como responsável por partos prematuros e bebês de baixo peso.

A doença periodontal é uma doença infecciosa/ inflamatória que tem como fator etiológico a presença de biofilme (placa bacteriana) e é amplamente reconhecido que a infecção materna é fator predisponente para o parto prematuro, além da pré- eclampsia.

 

As bactérias produzem mediadores químicos semelhantes aos que ocorrem no inicio do trabalho de parto que são indutores de contrações uterinas e dilatação cervical, que no momento adequado propiciam o nascimento do bebê, mas que durante a gestação induzirão ao parto prematuro e bebês de baixo.

Problemas no período gestacional são causas de defeitos estruturais do esmalte (hipoplasias), as quais repercutem de maneira negativa na vida da criança, pois comprometem a estética e predispõem à maior risco de cárie.

 
Outra alteração é a hipomineralização do esmalte, lesões que podem causar sensibilidade, alterações na cor, podendo variar do branco ao marrom e que comprometem a aparência e consequentemente a confiança e autoestima da criança.

 
 
Estudos têm apontado para possíveis atrasos na cronologia de erupção dentária e hipofunção das glândulas salivares, aumentando as chances de ocorrência da doença cárie.

Fonte: Adaptado do APCD Jornal - março 2013
Fotos: Google imagens

domingo, 3 de março de 2013

Biosseguranca em Odontologia






A biossegurança é atualmente, preocupação mundial em todos os serviços de saúde .

Enquanto novas técnicas odontológicas avançam rapidamente em busca do "sorriso perfeito", boa parte dos profissionais ignora protocolos básicos de controle de infecção .
O atendimento odontológico expõe o profissional e seus pacientes a um contato com inúmeros microorganismos. Doenças como AIDS, Hepatite C, Tuberculose Multirresistente e Pneumonia Asiática, dentre outras, são atualmente o principal foco de preocupação da OMS (Organização Mundial da Saúde).
A OMS elegeu inclusive a HEPATITE C como DOENÇA DO TERCEIRO MILÊNIO (assintomática em 90% dos casos, não existe vacina, tratamento de alto custo e de fácil transmissão em atividade de risco).

O consultório dentário é, a princípio, um ambiente de promoção de saúde. Mas poucos imaginam que pode ser também um lugar de propagação de doenças. Materiais esterilizados incorretamente, equipes sem o devido equipamento de proteção e procedimentos clínicos inadequados podem contribuir para que infecções sejam transmitidas do paciente para o dentista e deste para outro paciente, ou até de um paciente para outro através de instrumental e objetos contaminados -- processo conhecido como 'infecção cruzada'.

Órgãos estaduais e municipais têm desenvolvido protocolos de biossegurança por orientação da ANVISA (Agência Nacional da Vigilância Sanitária) ,os quais devem ser seguidos por todos os profissionais da área de saúde .

Embora amplamente divulgada a importância de se seguir um protocolo rígido de biossegurança, existe ainda uma resistência da maioria dos profissionais, com os mais variados argumentos: "a máscara atrapalha a respiração", "o óculos de proteção embaça","a luva prejudica o tato nos procedimentos". É necessária uma profunda reflexão da classe odontológica acerca do assunto, não só no aspecto legítimo de promoção de saúde mas no mercadológico. Nos últimos anos a Biossegurança tem se tornado, mais do que necessidade, um diferencial na prestação de serviço ao paciente.

A Biossegurança Odontológica é sustentada por três grandes pilares:

Proteção Individual (profissionais, pacientes e descarte dos resíduos).
Desinfecção e Trocas de Barreiras (condutas no atendimento, materiais descartáveis).
Esterilização e Monitorização.

Todos os instrumentos devem ser lavados adequadamente e de preferência utilizando-se uma cuba ultrassônica com detergentes específicos que irão promover uma limpeza mais efetiva. É fundamental a utilização do detergente enzimático para lavagem de instrumental.

Infelizmente a maioria dos profissionais desconhece a importância da ação do detergente enzimático e utiliza o sabão e detergente comum (emulsificadores de gordura).
O detergente enzimático atua na quebra do substrato e tem ação enzimática na matéria orgânica aderida ao instrumental. Lembrando que material com resíduo de matéria orgânica não tem garantia de esterilização, independentemente da marca da autoclave.



Dos métodos de esterilização destaca-se por sua eficiência e praticidade - a autoclave - método de esterilização por calor úmido sob pressão - utilizada em todos os serviços hospitalares. Sua utilização adequada confere segurança ao paciente, otimização do tempo, economia de instrumental  A maioria dos autoclaves realiza seus ciclos entre quinze e vinte minutos numa temperatura de 134ºC e 121ºC.



Além da esterilização por autoclave, métodos químicos são comumente utilizados para materiais termo-sensíveis. O mais utilizado atualmente é o ácido peracético, que além de ser biodegradável, esteriliza em uma hora.

É importante ressaltar que a eficiência da esterilização é comprovada somente com a monitorização completa, onde testes químicos e biológicos são realizados sistematicamente.
 
Mini Incubadora Biológica Cristófoli -bivolt
          

Para que os consultórios se tornem mais seguros para os dentistas e para os próprios pacientes, é necessário a correta desinfecção de superfícies contaminadas e utilização de barreiras, além da eficiente esterilização dos instrumentos, após cada troca de paciente.

Um exemplo é a aplicação de películas de PVC na proteção de superfícies de difícil esterilização e alto grau de contaminação.

Uma outra medida de segurança é oferecer ao paciente um bochecho prévio ao atendimento, à base de clorexidina. Com essa medida simples ,o índice de contaminação gerado pelo aerossol , muito comum nos consultórios dentários e responsável pela proliferação de microrganismos, pode ser reduzido em até 95% durante a primeira hora de atendimento.