A
periodontite pode ser classificada em crônica ou agressiva. A periodontite
crônica é a forma mais comum de periodontite, sendo mais prevalente em adultos,
está associada ao acúmulo de biofilme/cálculo e, geralmente, tem progressão
lenta a moderada, podendo ter períodos de destruição mais rápida.
Há
aumento das evidencias de que infecções crônicas como a periodontite, com seu
mecanismo inflamatório, desempenham papeis importantes na formação da placa
aterosclerótica e da doença cardiovascular. Um dos mecanismos que são propostos
para explicar essas evidências é o aumento da produção de proteínas de fase
aguda pelos hepatócitos estimulados por mediadores liberados nos tecidos em que
está a infecção periodontal.
Recentes
estudos sugerem que um aumento nos níveis de PCR, como o que é encontrado em
paciente com periodontite, pode predizer risco para a formação de aterosclerose
e doença cardiovascular. O
tratamento da doença periodontal pode causar diminuição das proteínas de fase
aguda, incluindo a PCR, e ser um meio de diminuir o risco de uma doença
cardiovascular.
Este
estudo buscou avaliar se a presença da doença periodontal crônica e seu
subseqüente tratamento são capazes de alterar os níveis de PCR, um potente
marcador para doenças cardiovasculares. Apesar de uma amostra relativamente
pequena, os resultados mostraram que a doença periodontal é capaz de aumentar
os níveis de PCR, colocando o individuo em risco aumentado de desenvolver
doenças cardiovasculares e que o tratamento periodontal não cirúrgico consegue
diminuir os níveis dessa proteína, trazendo-os para níveis de normalidade e,
conseqüentemente, diminuindo os riscos de doenças cardiovasculares.
Até
algumas décadas atrás, acreditava-se que a doença periodontal era uma infecção
localizada apenas em nível periférico, sem implicações sistêmicas. No entanto,
recentes evidencias cientificas apontam que pacientes com periodontite possuem
aumento de moléculas e células de inflamação na corrente sanguínea, se
comparado com pessoas saudáveis, podendo agravar processos inflamatórios
preexistentes pelo corpo.
Há,
portanto, aumento das evidencias de que infecções crônicas como a periodontite,
com seu mecanismo inflamatório, desempenham papéis importantes na formação de
placa aterosclerótica e da doença cardiovascular.
O
tratamento da doença periodontal em pacientes acometidos por periodontite
permite avaliar se tal procedimento pode interferir nos níveis séricos de PCR,
logo, diminuir os riscos de eventos cardiovasculares.
Outros
estudos sugerem que aumento moderado de níveis de PCR, como o que é encontrado
em paciente com periodontite, pode predizer um risco para a formação de
aterosclerose e doença cardiovascular e que o tratamento da doença periodontal
pode causar diminuição das proteínas de fase aguda, incluindo a PCR, e ser um
meio de diminuir o risco de uma doença cardiovascular.
Os
marcadores de inflamação sistêmica apresentam-se elevados em paciente com
periodontite, observando-se diminuição após o tratamento, o que promove melhora
da disfunção endotelial, levando à diminuição dos níveis de PCR.
O
presente estudo mostrou que os pacientes apresentaram redução média de 82,04%
nos níveis de PCR após o tratamento periodontal, o que vem corroborar com os
resultados de outro estudo, que após avaliar 55 indivíduos com periodontite
severa concluíram que um tratamento sem uso adjunto de medicamentos pode fazer
com que os níveis basais dos marcadores de inflamação voltem ao normal em um
mês, desde que se submeta o individuo a intensa terapia periodontal.
Outro
estudo observou que células endoteliais retomam suas funções quando a
periodontite severa é tratada e que quando se melhora a função endotelial é
possível trazer benefícios para a aterogenese e para os eventos
cardiovasculares. Segundo os autores, a doença periodontal avançada ou severa
leva à disfunção endotelial e elevação dos níveis de PCR.
Outros
autores concluíram que os níveis de colesterol, triglicerídeos, LDL e níveis de
citocinas (inclusive interleucina-6 e TNF-alfa) são maiores em pacientes com periodontite
crônica se comparado com controles saudáveis, ou seja, que pacientes com doença
periodontal têm o risco aumentado de desenvolver uma doença cardiovascular.
Exames
sorológicos em indivíduos com periodontite, alguns dos quais envolvem fatores
de risco estabelecidos para aterosclerose, permite traçar relação da associação
epidemiológica entre a periodontite e as doenças cardiovasculares.
Conclui-se que dentro dos limites do presente estudo,
indivíduos com doença periodontal apresentam níveis séricos aumentados de
proteína C-reativa e que o tratamento periodontal tem a capacidade de diminuir
os níveis dessa proteína.
Fonte:
Estudo Clínico:Avaliação dos níveis de proteína C-reativa em pacientes
periodontais. Revista Perionews V.5 – nº 3
Nenhum comentário:
Postar um comentário