terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Risco de doenças cardiovasculares em pacientes periodontais


                 

A periodontite pode ser classificada em crônica ou agressiva. A periodontite crônica é a forma mais comum de periodontite, sendo mais prevalente em adultos, está associada ao acúmulo de biofilme/cálculo e, geralmente, tem progressão lenta a moderada, podendo ter períodos de destruição mais rápida.
 

 
Quando o biofilme se expande para região subgengival, o epitélio é induzido a produzir mediadores bioativos da resposta de fase aguda que determinam a produção e a elevação das concentrações plasmáticas de proteína C-reativa (PCR), juntamente com fibrinogênio e proteína amilóide sérica A produzidos por hepatócitos. Além disso, a PCR tem papel importante nas doenças ateroscleróticas.
 
Há aumento das evidencias de que infecções crônicas como a periodontite, com seu mecanismo inflamatório, desempenham papeis importantes na formação da placa aterosclerótica e da doença cardiovascular. Um dos mecanismos que são propostos para explicar essas evidências é o aumento da produção de proteínas de fase aguda pelos hepatócitos estimulados por mediadores liberados nos tecidos em que está a infecção periodontal.
 
Recentes estudos sugerem que um aumento nos níveis de PCR, como o que é encontrado em paciente com periodontite, pode predizer risco para a formação de aterosclerose e doença cardiovascular. O tratamento da doença periodontal pode causar diminuição das proteínas de fase aguda, incluindo a PCR, e ser um meio de diminuir o risco de uma doença cardiovascular.
  
Este estudo buscou avaliar se a presença da doença periodontal crônica e seu subseqüente tratamento são capazes de alterar os níveis de PCR, um potente marcador para doenças cardiovasculares. Apesar de uma amostra relativamente pequena, os resultados mostraram que a doença periodontal é capaz de aumentar os níveis de PCR, colocando o individuo em risco aumentado de desenvolver doenças cardiovasculares e que o tratamento periodontal não cirúrgico consegue diminuir os níveis dessa proteína, trazendo-os para níveis de normalidade e, conseqüentemente, diminuindo os riscos de doenças cardiovasculares.
 
Até algumas décadas atrás, acreditava-se que a doença periodontal era uma infecção localizada apenas em nível periférico, sem implicações sistêmicas. No entanto, recentes evidencias cientificas apontam que pacientes com periodontite possuem aumento de moléculas e células de inflamação na corrente sanguínea, se comparado com pessoas saudáveis, podendo agravar processos inflamatórios preexistentes pelo corpo.
 
Há, portanto, aumento das evidencias de que infecções crônicas como a periodontite, com seu mecanismo inflamatório, desempenham papéis importantes na formação de placa aterosclerótica e da doença cardiovascular.
 
 
 
 
 
O tratamento da doença periodontal em pacientes acometidos por periodontite permite avaliar se tal procedimento pode interferir nos níveis séricos de PCR, logo, diminuir os riscos de eventos cardiovasculares.
 
Outros estudos sugerem que aumento moderado de níveis de PCR, como o que é encontrado em paciente com periodontite, pode predizer um risco para a formação de aterosclerose e doença cardiovascular e que o tratamento da doença periodontal pode causar diminuição das proteínas de fase aguda, incluindo a PCR, e ser um meio de diminuir o risco de uma doença cardiovascular.
 
Os marcadores de inflamação sistêmica apresentam-se elevados em paciente com periodontite, observando-se diminuição após o tratamento, o que promove melhora da disfunção endotelial, levando à diminuição dos níveis de PCR.
 
O presente estudo mostrou que os pacientes apresentaram redução média de 82,04% nos níveis de PCR após o tratamento periodontal, o que vem corroborar com os resultados de outro estudo, que após avaliar 55 indivíduos com periodontite severa concluíram que um tratamento sem uso adjunto de medicamentos pode fazer com que os níveis basais dos marcadores de inflamação voltem ao normal em um mês, desde que se submeta o individuo a intensa terapia periodontal.
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
Outro estudo observou que células endoteliais retomam suas funções quando a periodontite severa é tratada e que quando se melhora a função endotelial é possível trazer benefícios para a aterogenese e para os eventos cardiovasculares. Segundo os autores, a doença periodontal avançada ou severa leva à disfunção endotelial e elevação dos níveis de PCR.
 
Outros autores concluíram que os níveis de colesterol, triglicerídeos, LDL e níveis de citocinas (inclusive interleucina-6 e TNF-alfa) são maiores em pacientes com periodontite crônica se comparado com controles saudáveis, ou seja, que pacientes com doença periodontal têm o risco aumentado de desenvolver uma doença cardiovascular.
 
Exames sorológicos em indivíduos com periodontite, alguns dos quais envolvem fatores de risco estabelecidos para aterosclerose, permite traçar relação da associação epidemiológica entre a periodontite e as doenças cardiovasculares.
 
Conclui-se que dentro dos limites do presente estudo, indivíduos com doença periodontal apresentam níveis séricos aumentados de proteína C-reativa e que o tratamento periodontal tem a capacidade de diminuir os níveis dessa proteína.
 
Fonte: Estudo Clínico:Avaliação dos níveis de proteína C-reativa em pacientes periodontais. Revista Perionews V.5 – nº 3
 



 

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