sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Laserterapia e o paciente Oncótico


O tratamento realizado por dentistas, mas ainda desconhecido por pacientes, ajuda a reduzir os efeitos colaterais da quimioterapia e radioterapia e garante melhor qualidade de vida aos pacientes de câncer.
A odontologia avançada tem permitido aos dentistas não apenas detectar precocemente alguns tipos de câncer que se manifestam na boca, como também auxiliar no alívio da dor e no controle de efeitos colaterais da quimioterapia e da radioterapia. O tratamento, embora com eficácia comprovada na literatura internacional, ainda é desconhecido por muitos pacientes oncológicos.  
A laserterapia consiste basicamente na aplicação de laser nas úlceras, edemas, inflamações e hemorragias decorrentes da radioterapia e quimioterapia. De acordo com um levantamento realizado , cerca de 40% dos pacientes submetidos à quimioterapia e 100% dos que recebem radioterapia de cabeça e pescoço desenvolvem a mucosite oral (aftas na boca), manifestada na forma de edema, sangramento e eritema (inflamação) na cavidade bucal. Essas úlceras praticamente impedem a boa alimentação devido à dor que o paciente sente ao ter contato com o alimento ou bebidas.



A Laserterapia alivia a dor e melhora a qualidade de vida do paciente ao permitir que ele passe a se alimentar mais adequadamente, tenha um aumento na salivação e melhore o paladar, ajudando em sua recuperação. A intensidade da dor é variável em cada paciente, mas, de maneira geral, essas úlceras (aftas) comprometem a mastigação de alimentos, levando, muitas vezes, à alimentação por sonda, e dificultam até a fala.


 


A intensidade da mucosite pode ser um fator limitante, obrigando até mesmo a interrupção do tratamento oncológico e dificultando o controle da doença. Os tratamentos convencionais são paliativos e de eficácia bastante inferior aos benefícios alcançados pela laserterapia. 
A luz laser de baixa intensidade atua de forma indolor, alivia a dor e não apenas promove a aceleração da cicatrização das úlceras como, ainda, previne futuros episódios de mucosite oral. 

Avaliação bucal

Os pacientes que serão submetidos ao tratamento oncológico devem consultar um cirurgião-dentista antes do início da quimioterapia ou da radioterapia para a avaliação da sua saúde bucal, visando, no caso do aparecimento da mucosite oral, a utilização da laserterapia para o tratamento ou prevenção de lesões.
De acordo com o INCA - Instituto Nacional do Câncer -, o Brasil deve registrar 489.270 novos casos de câncer neste ano, sendo 236.240 casos novos para o sexo masculino e 253.030 para sexo feminino. As neoplasias (tumores) malignas constituem-se a segunda causa de morte na população brasileira, representando quase 17% dos óbitos de causa conhecida.

A capacitação do profissional na área é fundamental para que o paciente possa usufruir de todos os benefícios que o laser oferece. A grande dificuldade na laserterapia não está no manuseio dos equipamentos, que estão cada vez mais simplificados e portáteis, mas na dosimetria, ou seja, saber a dose a ser irradiada em cada situação clínica e adequá-la para cada paciente. Esta dose pode variar de acordo com a lesão, paciente e equipamento utilizado. Apenas o profissional capacitado terá resultados clínicos satisfatórios. Um exemplo é o tratamento da herpes, cujas vesículas podem até ser agravadas se uma dosagem errada de laser for aplicada.






Aplicações 



A laserterapia é indicada para acelerar a cicatrização, modular a inflamação, promover analgesia (alívio na percepção da dor) e, quando associada a um corante, tem ação antimicrobiana. Por isso, é utilizada em praticamente todas as especialidades odontológicas.

Por meio da laserterapia, além da mucosite oral, o dentista pode realizar os seguintes tratamentos: hipersensibilidade dentinária; aceleração da cicatrização, redução do edema e analgesia pós-cirúrgica (exodontias, implantodontia, cirurgias periodontais e endodônticas); disfunção da ATM (articulação têmporomandibular) com efeito analgésico, antiinflamatório e relaxante muscular; prevenção e tratamento da herpes simples e aftas recorrentes; tratamento de estomatite herpética primária; cicatrização e estimulação das glândulas salivares (para casos de xerostomia: falta de saliva); estimulação da movimentação ortodôntica e redução da inflamação e dor pós ativação do aparelho ortodôntico; tratamento de lesões nervosas: parestesia, neuralgia do trigêmio e paralisia facial; ação antiinflamatória e de cicatrização pós-raspagem periodontal e pós-instrumentação endodôntica; ação antimicrobiana em bolsas periodontais e canais radiculares - quando utilizada a técnica Terapia Fotodinâmica (PDT), que associa o laser vermelho com um corante fotossensível; tratamento de alguns tipos de disgeusia (alteração de paladar); aceleração da osseointegração na implantodontia; neoformação e bioestimulação óssea em defeitos ósseos; aumento da microcirculação local, sendo favorável na enxertia e em tecidos com falta de suprimento sanguíneo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário