CREMES DENTAIS COM POUCO FLÚOR INDICADOS PARA CRIANÇAS SÃO INEFICIENTES
Alguns anos atrás, o mercado lançou cremes dentais com baixa concentração de flúor, indicados para crianças, a fim de evitar o acúmulo de flúor no organismo dos pequenos, o que causa a fluorose, aquelas manchinhas brancas nos dentes.
Recentemente, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostrou que os cremes dentais com baixa concentração de flúor não são tão eficientes contra as cáries, além de não evitar a Fluorose.
A tese de mestrado desenvolvida por Regiane Cristina do Amaral estudou 14 voluntários que usaram um aparelho com fragmentos de dente de leite e fizeram uso de cremes dentais com maior e menor concentração de flúor, além de consumirem diferentes taxas de açúcar por dia. O resultado da pesquisa foi que quanto maior a exposição ao açúcar, menor o efeito protetor do creme com pouco flúor.
O presidente da ABO - Sociedade Brasileira de Odontopediatria, Dr. Paulo Rédua, defende a mesma ideia da pesquisa de que mesmo crianças pequenas devem usar pasta com flúor. “Existe uma interpretação errada quando se fala que creme dental causa fluorose. O que causa fluorose é excesso de flúor ingerido pela criança sem controle dos pais. Creme dental é para ser usado na quantidade certa, sob recomendação do odontopediatra e sob supervisão de adulto”, ensina o especialista.
A ABO, assim como o Ministério da Saúde, recomenda o uso de creme dental convencional com flúor a partir da erupção dos primeiros molares decíduos (em torno de 14 meses), na quantidade equivalente a um grão de arroz, sob supervisão dos pais, entre uma a três vezes por dia, dependendo da disponibilidade dos pais. Antes desta idade, com a presença apenas dos dentes anteriores, a recomendação é que a limpeza seja feita com fralda ou gaze umedecida em água pura.
Existe no mercado alguns cremes dentais que, ao invés de flúor, utilizam produtos como a clorexidina, o xilitol e a malva. Segundo o Dr. Paulo Rédua, o creme dental com xilitol tem capacidade de tratar e prevenir a cárie, mas tem um custo mais alto e precisa de mais pesquisas. A malva tem ação antiinflamatória e antimicrobiana, mas também carece de mais estudos. Já a clorexidina é indicado para casos específicos de risco de cárie, porém, esse produto pode causar o aparecimento de manchas externas nos dentes.
A recomendação da Associação Brasileira de Odontopediatria é que os pais procurem orientação de um odontopediatra para o profissional avaliar as necessidades individuais da criança e determinar o tratamento curativo ou preventivo.
As crianças devem passar longe dos enxaguantes bucais dos adultos. Existem produtos que são especialmente desenvolvido para crianças, já que o dos adultos contém uma alta concentração de flúor e outros produtos que não devem ser ingeridos pelos pequenos.
É só a partir dos três anos de idade que a criança começa a aprender como cuspir. Porém, os pais não devem se atentar apenas à idade para decidir introduzir o uso dos enxaguantes bucais. As habilidades e coordenação da criança devem ser levadas em conta, já que algumas têm maior dificuldade para cuspir o líquido. Muitas vezes eles engolem propositalmente os enxaguantes que costumam ter gostos artificiais que seduzem os pequenos.
Caso haja a necessidade do uso de bochechos para crianças pequenas, os odontopediatras sugerem os produtos infantis aplicados com cotonete sobre a superfície dos dentes, assim, não há o risco de ingerir todo o líquido colocado na boca.
O agente Cool Blue é um enxaguante que serve para identificar a placa bacteriana. A substância que cora a placa está contida no enxaguatório de forma bem diluída, por isso colore a placa bem levemente, diferentemente da solução evidenciadora de placa bacteriana, utilizada profissionalmente no consultório do dentista, essa última é altamente concentrada, colorindo, identificando e dando um contraste bem maior na presença da placa bacteriana.
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