domingo, 23 de dezembro de 2012

Nutrição e Odontologia


O aproveitamento dos alimentos se inicia com a mastigação, processo que prepara o bolo alimentar para uma boa recepção gástrica. Isso ocorre juntamente com a insalivação começando aí o processo digestório. Desta forma, a cavidade oral é extremamente importante para este processo.

Diversas alterações podem surgir em decorrência de um desequilíbrio na cavidade oral, entre as quais podemos destacar a cárie dentária – uma doença destrutiva pós-erupção localizada nos tecidos calcificados dos dentes.

 É um problema multifatorial, infeccioso, transmissível e sacarose dependente.





Necessita da interação entre microorganismos patogênicos e dieta cariogênica, num hospedeiro que ofereça um ambiente adequado, durante certo período de tempo.
 


 
A dieta primitiva dos seres humanos mostra baixos índices de cáries dentárias. Porém, isso mudou com a introdução do açúcar e grãos de cereais processados em suas dietas. Pode-se observar que, com a modernização no mundo e o elevado padrão de vida, ocorreu uma mudança também nos padrões alimentares, sendo evidenciado grande aumento no índice de lesões cariosas ao ser adotada uma dieta com alto consumo de produtos vendidos em lanchonetes, padarias e com grande conteúdo de açúcares.

 
A cárie está diretamente relacionada à introdução dos carboidratos refinados na dieta da população, principalmente a sacarose, que é considerada o dissacarídeo mais cariogênico, sendo este o mais presente na dieta familiar em quase todo o mundo.

 
O processo cariogênico começa com a produção de ácidos, quando o produto de metabolismo bacteriano atinge a superfície dentária,ocorre uma descalcificação da superfície a qual continua até que a ação de tamponamento salivar seja capaz de elevar o pH , neutralizando o ácido formado.

A presença prolongada da placa bacteriana combinada com o cálcio presente na saliva a endurece, formando o tártaro ou o cálculo, irritando também os tecidos gengivais.


A sacarose, como outros açúcares (glicose, frutose, maltose e lactose) estimula a atividade bacteriana. Todas as formas dietéticas de açúcar, inclusive o mel, melaço, açúcar mascavo possuem potencial cariogênico e podem ser usadas pelas bactérias para produzir subprodutos ácidos orgânicos do metabolismo.
 
 
Fatores nutricionais relacionados à cariogenicidade:
 
  • Alimentos cariogênicos: alimentos ricos em carboidratos, principalmente refinados (açúcar e doces);
 
  • Alimentos cariostáticos: não contribuem para a cárie. Proteínas: peixes, carnes, frango, ovos. As gorduras também não contribuem para o aparecimento de cáries, pois formam um película oleosa nos dentes;
 
  • Água: a ingestão de água, além de ser necessária para as funções vitais do organismo, é importante para o mecanismo de limpeza dos dentes;
 
  • Fibras: são importantes para a limpeza e pelo favorecimento da irrigação dos dentes pelo estímulo causado pela mastigação;
 
  • Seqüência e combinação dos alimentos: Por exemplo, comer vários biscoitos doces de uma só vez é menos cariogênico do que comer vários biscoitos ao longo do dia;
 
  • Vitaminas: A Vitamina A,  é necessária para o tecido epitelial e reepitelização e ativação da ceratina-dentina responsável pelo esmalte dos dentes. A Vitamina D é importante para absorção de cálcio e fósforo , importantes para a dentina e síntese dos ossos. Evitando a desmineralização do esmalte, pode-se prevenir a formação de cárie.

 
 Os programas de prevenção de cáries se concentram em uma dieta balanceada, modificação das fontes e quantidades de carboidratos fermentáveis e integração de práticas de higiene oral no estilo de vida das pessoas.

O aconselhamento dietético é fundamental para qualquer programa de prevenção e manutenção de saúde bucal, visto que os hábitos dietéticos adquiridos na infância formam a base para o futuro padrão alimentar.
Nele devemos ter como objetivo central a utilização racional do açúcar.


Referências Bibliográficas:

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MAHAN, K; STUMP, S.E. Krause alimentos, nutrição e dietoterapia. 10. ed. São Paulo: ROCA, 2002.
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SILVA, S.M. C. S; MURA, J.D.P. Tratado de alimentação, Nutrição & Dietoterapia. São Paulo: Roca, 2007
TASHIMA, A. Y. et al. Correlação entre o aconselhamento dietético-nutricional e a promoção de saúde na clínica de odontopediatria. Jornal Brasileiro de Odontopediatria & Odontologia do Bebê,  v. 3, n. 16, p. 505-512, 2000.
THYLSTRUP, A.; FEJERSKOV, O. Cariologia clínica. 3. ed. São Paulo: Santos, 2001.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Disponível em http://portal.saude.gov.br/saude/. Acesso em 04/09/2008



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