terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A prática de esportes e a Odontologia

Quem pratica esportes deve ter condições físicas adequadas para competir sem riscos de traumas ou diminuição do rendimento físico.

 

Uma simples dor de dente, por mais sutil que seja, pode fazer a diferença em uma prova decisiva de natação, por exemplo. Isto porque a saúde da boca envolve mecanismos que abrangem várias funções do corpo, como respiração e circulação.
O COB-Comitê Olímpico Brasileiro já havia notado a importância de um acompanhamento dentário em atletas na comissão de Medicina Esportiva para os jogos de Atenas, quando especialistas no Brasil começaram a prestar serviços particulares a esportistas de clubes, academias e federações.

A Odontologia Desportiva é uma área com fortes chances de expansão, dada a importância não só no tratamento de doenças, como também na prevenção. Basta lembrar de um fato curioso ocorrido em 1996: Ronaldinho, eleito o melhor jogador do mundo, quase foi dispensado do São Cristóvão, time que defendia aos 15 anos de idade, graças ao baixo desempenho esportivo. Não era por acaso: tinha dois canais e uma grave falha ortodôntica, que o fazia respirar pela boca, comprometendo seu condicionamento aeróbico. Foi por este e outros episódios que nasceu a Associação Brasileira de Odontologia Desportiva, fundada por dentistas de todo país, com um enfoque multidisciplinar, incluindo palestras e cursos a profissionais que desejam se aprofundar no assunto.

Os atletas precisam de um tratamento diferenciado, não só para cuidar de eventuais doenças, como para prevenir traumas nos dentes. A odontologia desportiva oferece protetores bucais e placas de mordida que variam conforme o tipo de esporte. Eles podem ser encontrados tanto em lojas de material esportivo como ser confeccionados por dentistas em laboratórios, de acordo com a necessidade de proteção do atleta. Normalmente, esportes radicais, lutas marciais e competições de quadra são os que mais expõem os dentes a fraturas.
 
Dados curiosos divulgados pela National Youth Sports Foundation, revelaram que cerca de 5 milhões de dentes são perdidos por ano em atividades esportivas. Outra fonte de pesquisa, a ADA-American Dental Association-constatou que pelo menos 200 mil traumas são evitados devido aos protetores bucais. Não é em vão que dentistas e fabricantes do produto estão investindo pesado nesta forma de prevenção.

 


Mas quando prevenir não é suficiente, dentistas desportivos devem ter aparatos para tratar os traumas quando eles já tiverem ocorrido. O profissional  deverá recorrer a tratamentos restauradores diretos ou indiretos, que envolvem próteses, facetas e inscrustações.

Profissionais acreditam que dor e desconforto causados por problemas odontológicos são suficientes para prejudicar o desempenho e falta de concentração. É possível associar sintomas físicos a problemas bucais, principalmente no caso de pulpite e dores orofaciais.

Além disso, a respiração bucal pode agravar o problema de baixo rendimento, por isso o tratamento odontológico nesses casos deverá ser realizado em conjunto com a otorrinolaringologia e a fonoaudiologia e tratar formas respiratórias inadequadas.


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